AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE E POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO EXTRATO DO MESOCARPO DE BABAÇU EM ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS

Main Article Content

Nicole Debia
Taline Alves Nobre
Ana Beatriz Santana Sousa
João Sammy Nery de Souza
Beatriz Arêa Cassiano de Melo
João Marcelo de Castro e Silousa

Abstract

INTRODUÇÃO: O babaçu é fruto de um de um tipo de palmeira facilmente vista nos estados do Piauí e Maranhão e a farinha obtida de seu mesocarpo tem sido consumida empiricamente no tratamento de gastrite, vaginite e cicatrização de feridas. Análises prévias demonstraram diferentes teores de polifenóis de partes do babaçu, incluindo o mesocarpo, porém sem especificidade para os flavonoides totais, os quais são um potencial meio exógeno de reduzir o efeito deletério provocado
pelo estresse oxidativo. OBJETIVO: analisar o teor de flavonoides após a elaboração do extrato do mesocarpo de babaçu e investigar seu potencial de toxicidade e efeito antioxidante. MÉTODOS: preparação de extrato hidroetanólico por maceração, rotaevaporação e liofilização, e análise do teor de flavonoides totais por espectrofotometria. O teste de letalidade foi determinado em Artemia salina em concentrações seriadas de 31,75 a 1000 μg/mL com determinação da concentração letal (CL50). O ensaio de viabilidade celular e potencial antioxidante foi determinado pelo teste do disco central em cepas selvagem e com mutação para enzimas antioxidantes em Saccharomyces cerevisiae tratadas com peróxido de hidrogênio e classificado de acordo com a mensuração dos halos de inibição para concentrações de 50, 100 e 200 μg/mL de extrato. RESULTADOS: o extrato apresentou rendimento de 7,0 g após liofilização e teor de flavonoides totais de 9,85 mg ER/g. Foi considerado não tóxico para A. salina (CL50 >1000 μg/mL), não inibitório para o crescimento, ou seja, não apresentando
efeitos oxidantes. Porém, com potencial antioxidante contra o peróxido de hidrogênio nas concentrações testadas. CONCLUSÃO: com o método de extração utilizado obteve-se extrato em pó hidrossolúvel e aplicável a testes de toxicidade e letalidade em organismos inferiores. Nas concentrações aplicadas, o extrato mostrou-se não tóxico e com potencial antioxidante, abrindo perspectiva para novos testes de citotoxicidade, mutagenicidade e atividade antioxidante dos flavonoides presentes no extrato.

Article Details

How to Cite
Debia, N., Nobre, T. A., Sousa, A. B. S., de Souza, J. S. N., de Melo, B. A. C., & Castro e Silousa, J. M. de. (2022). AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE E POTENCIAL ANTIOXIDANTE DO EXTRATO DO MESOCARPO DE BABAÇU EM ESTUDOS PRÉ-CLÍNICOS. Brazilian Journal of Case Reports, 2(Suppl.3), 1124–1133. https://doi.org/10.52600/2763-583X.bjcr.2022.2.Suppl.3.1124-1133
Section
Pôster Simples
Author Biographies

Nicole Debia, Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia – RENORBIO - Universidade Federal do Piauí (UFPI)

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia – RENORBIO - Universidade
Federal do Piauí (UFPI)

Taline Alves Nobre, Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências e Saúde - UFPI

Mestranda pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências e Saúde - UFPI

Ana Beatriz Santana Sousa, Graduanda em Ciências Biológicas - UFPI

Graduanda em Ciências Biológicas - UFPI

João Sammy Nery de Souza, Departamento de Química, Centro de Ciências da Natureza - UFPI

Departamento de Química, Centro de Ciências da Natureza - UFPI

Beatriz Arêa Cassiano de Melo, Graduanda de Licenciatura em Química - UFPI

Graduanda de Licenciatura em Química - UFPI

João Marcelo de Castro e Silousa, Departamento de Bioquímica e Farmacologia, Laboratório de Pesquisa em Genética Toxicológica -LAPGENIC - UFPI

Departamento de Bioquímica e Farmacologia, Laboratório de Pesquisa em Genética Toxicológica -LAPGENIC - UFPI

References

ARCANJO, D. D. R. et al. Bioactivity evaluation against Artemia salina Leach of medicinal plants used in Brazilian Northeastern folk medicine. Braz. J. Biol., v. 72, n. 3, p. 505-509, 2012.

BARROQUEIRO, E. S. B. et al. Evaluation of acute toxicity of babassu mesocarp in mice. Brazilian Journal of Pharmacognosy, v. 21, n. 4, p. 710-714, 2011.

BRUNING, M. C. R.; MOSEGUI, G. B. G.; VIANNA, C. M. M. A utilização da fitoterapia e de plantas medicinais em unidades básicas de saúde nos municípios de Cascavel e Foz do Iguaçu –Paraná: a visão dos profissionais de saúde. Revista Ciência & Saúde Coletiva, v. 17, n. 10, p. 2675-85, 2012.

CARRAZZA, Luiz R. et al. Manual tecnológico de aproveitamento integral do fruto do babaçu. Brasília: Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN), 2012. Disponível em: https://sgp.undp.org. Acesso em: 9 mai. 2022. 68p.

DE OLIVEIRA, I. M. et al. Dicholesteroyl diselenide: Cytotoxicity, genotoxicity and mutagenicity in the yeast Saccharomyces cerevisiae and in chinese hamster lung fibroblasts. Mutation Research/Genetic Toxicology and Environmental Mutagenesis, v. 763, p. 1-11, 2014.

ERNST, E. The efficacy of herbal medicine–an overview. Fundamental & Clinical Pharmacology, v. 19, n. 4, p. 405-409, 2005.

HOLANDA, A. C. et al. Bioacessibilidade dos polifenóis presentes no mesocarpo e na amêndoa do babaçu (Orbignya phalerata Mart.). Braz. J. of Develop. v. 6, n. 4, p. 19237-19247, 2020.

KRATA, N. et al. Oxidative stress in kidney diseases: the cause or the consequence? Arch Immunol Ther Exp (Warsz), v. 66, n. 3, p. 211–220, 2018.

KRISTANC, L.; KREFT, S. European medicinal and edible plants associated with subacute and chronic toxicity part I: Plants with carcinogenic, teratogenic and endocrine-disrupting effects. Food and Chemical Toxicology, v. 92, p. 38-49, 2016.

LIBRALATO, G. et al. A review of toxicity testing protocols and endpoints with Artemia spp. Ecological indicators, v. 69, p. 35-49, 2016.

LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras: manual de identificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. 4.ed., v. 1. Nova Odessa: Instituto Plantarum, 2002. 389p.

MAGALHÃES, João P. The biology of aging: a primer. In: STUART-HAMILTON, I. An Introduction to Gerontology. New York: Cambridge University Press, 2011, p. 21-43.

MAIA, M. B. S; RAO, V. S. Anti-inflammatory activity of Orbignia phalerata in rats. Phytotherapy Research, v. 3, n. 5, p. 170-174, 1989.

MCLAUGHLIN, J. L. et al. The use of biological assays to evaluate botanicals. Drug Information Journal, v. 32, p. 513-24, 1998.

MEYER, B. N. et al. Brine shrimp: a convenient general bioassay for active plant

constituents. Planta medica, v. 45, n. 5, p. 31-34, 1982.

NEPA. Núcleo de Estudos e pesquisas em Alimentação. Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Tabela brasileira de composição de alimentos. 4.ed. Campinas: NEPA-UNICAMP, 2011. 161p. Disponível em: https://www.nepa.unicamp.br/taco/contar/taco_4_edicao_ampliada_e_revisada.pdf?arquivo=1. Acesso em: 30 mai. 2022.

NEVEU, V. et al. Phenol-Explorer: an online comprehensive database on polyphenol contents in foods. Database, 2010. Disponível em: http://phenol-explorer.eu/cite_us. Acesso em: 2 jun. 2022.

PINHEIRO, M. T. et al. Efeito do mesocarpo de babaçu no metabolismo de carboidratos em camundongos de diferentes linhagens. Rev. Ciênc. Saúde, v. 12, n. 1, p. 11-17, 2010.

RODEIRO, I. et al. Evaluation of the genotoxic potential of Mangifera indica L. extract (Vimang), a new natural product with antioxidant activity. Food and chemical toxicology, v. 44, n. 10, p. 1707-1713, 2006.

SANTOS, J. A. A. Avaliação da atividade cicatrizante do babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng, Arecaceae) a partir do seu uso etnomedicinal. Tese (Doutorado). Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas - Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2020. Disponível em: https://www.google.com/search?client=safari&rls=en&q=Avaliac%CC%A7a%CC%83o+da+ativi

dade+cicatrizante+do+babac%CC%A7u+(Attalea+speciosa+Mart.+ex+Spreng%2C+Arecaceae)& ie=UTF-8&oe=UTF-8. Acesso em: 19 mar. 2022.

SHARWAN, G. et al. Toxicity profile of traditional herbal medicine. Journal of Ayurvedic and Herbal medicine, v. 1, n. 3, p. 81-90, 2015.

SILVA, A. P. S. Caracterização físico-química e toxicológica do pó de mesocarpo do babaçu (Orbignya phalerata Mart.): subsídio para o desenvolvimento de produtos. Dissertação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas - Universidade Federal do Piauí, Teresina, 2011. Disponível em: http://repositorio.ufpi.br:8080/xmlui/handle/123456789/253/search. Acesso em: 19 mar. 2022.

SILVA, A. P. S. et al. Effects of an aqueous extract of Orbignya phalerata Mart on locomotor activity and motor coordination in mice and as antioxidant in vitro. Pharmazie, v. 67, n. 3, p. 260- 263, 2012.

Silva, C. G. et al. Evaluation of antioxidant activity of Brazilian plants. Pharmacological Research, v. 52, p. 229–233, 2005.

SILVA, V. C. et al. Identification of Phenolic Compounds by LC/MS-MS and Antioxidant and Anti Tyrosinase Activities of the Attalea speciosa Mart. ex Spreng. Mesocarp. J. Chem. Pharm. Res., v. 9, n. 1, p. 267-275, 2017.

SOARES, M. C. R. et al. Effect of Babassu Mesocarp as a Food Supplement During Resistance Training. Journal of Medicinal Food, v. 24, n. 4, p. 411-421, 2021.

SOUZA, M. H. S. L. Ethnopharmacological use of babassu (Orbignya phalerata Mart.) in communities of babassu nut breakers in Maranhão, Brazil. Journal of Ethnopharmacology, v. 133, p. 1–5, 2011.

TORTORA, Gerard J.; FUNKE, Berdell R.; CASE, Christine L. Microbiologia. 12.ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 962p.

USDA. United States Department of Agriculture. Methods and Application of Food Composition Laboratory. Database Resources, 2022. Disponível em: https://www.ars.usda.gov/northeastarea/beltsville-md-bhnrc/beltsville-human-nutrition-research-center/methods-and-application-offood-composition-laboratory/mafcl-site-pages/database-resources/. Acesso em: 30 mai. 2022.

USP. Universidade de São Paulo. Tabela Brasileira de Composição de Alimentos - TBCA. Food Research Center (FoRC). Versão 7.1. São Paulo: USP, 2020. Disponível em: http://www.fcf.usp.br/tbca. Acesso em: 30 mai. 2022.

ZUANAZZI, J. A. S.; MONTANHA, J. A.; ZUCOLOTTO, S. M. Flavonoides. In: SIMÕES, C. M. O.; SCHENKEL, E. P.; MELLO, J. C.P. D. Farmacognosia. Porto Alegre: Grupo A, 2017. p. 208-233.